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Livro de Cantares | Salomão – Parte I

Escola Bíblica Dominical (EBD) – Igreja Cristã Maranata (ICM)

Neste estudo, vamos explorar a igreja e seus mistérios no Livro de Cantares | Salomão, destacando aspectos proféticos fundamentais. O foco é compreender a revelação espiritual do tempo do arrebatamento e o papel do Espírito Santo neste contexto.

A importância da sequência profética no Livro de Cantares

Primeiramente, a paz do Senhor.

Já cumprimentamos, mas quero esclarecer alguns pontos necessários. Alguns irmãos pegam a Bíblia para ver comentários sobre um texto e, ao encontrar um comentário feito por um servo de Deus, seja quem for, tratam aquilo como se fosse um lugar estanque, uma parte dissociada das demais.

Pois isso, para nós, já conhecemos e não é o importante. O que estamos vendo é uma sequência profética, e não simplesmente achar que o noivo é a noiva ou a noiva é o noivo porque alguém leu algo, não entendeu, mas escreveu sua contribuição.

Agora, quem quer discutir, pegar a internet e ler todo tipo de Bíblia vai encontrar uma variedade de pensamentos. Mas o que estamos fazendo aqui não é isso, é uma sequência profética que está no livro.

Do Pentecostes ao tempo final: o derramamento do Espírito

Vejam só. No primeiro capítulo, como já repetimos, vimos o início da igreja: o Pentecostes, a descida do Espírito Santo, o estabelecimento da igreja em seu início.

Já no capítulo 2, que mostramos nas últimas aulas, trata-se do tempo final da igreja, o derramamento do Espírito para que ela seja arrebatada. É, pois, um tempo profético que a igreja vai viver, onde encontramos expressões como amor, amado e frutos, tudo relacionado ao sangue e à doutrina.

Isso é o que importa para nós.

O território de Israel e a simbologia da Rosa de Sarom

Vamos a outro aspecto que os irmãos devem entender. Israel tem divisões em seus territórios. Há, por exemplo, uma região que vai do Mediterrâneo para o Oriente, e ali você encontra a última faixa que desce, vindo de cima para baixo, onde nascem as águas do Jordão, em Meron, até a profundidade do vale, a 395 metros de altura, descendo para o Mar Morto.

Do outro lado, há mais três regiões no meio, uma cortada transversalmente pelo Vale de Esdrelon e o Vale de Jezreel.

Mas o que nos interessa hoje é a que está na beira do Mar Mediterrâneo, que vai da Filístia — onde hoje é Gaza, como queira chamar, Filístia ou Filisteia —, subindo por Sarom até Acra, a divisa norte de Israel na costa.

Do norte para o sul, na beira-mar, temos Acra descendo até Sarom, uma região de planície. Essas três áreas costeiras são planícies.

Sarom: o campo florido como símbolo profético

E nessas planícies encontramos a chamada Sarom. A Rosa de Sarom pode ser pequena ou grande, do jeito que as pessoas quiserem, com o nome que preferirem, mas o que chama atenção é que, por ser uma campina plana, quem a vê de longe, das montanhas ou de outra região, enxerga um campo cheio da mesma cor.

Ela nasce no meio da grama e, de repente, com a chegada da primavera, floresce num só dia, como as tulipas na Europa, que abrem todas de uma vez, deixando o campo florido.

Sarom é assim: uma campina plana, com flores nativas cuja quantidade e qualidade impressionam. De cima ou à distância, parece um tapete de flores, talvez vermelhas ou encarnadas, dependendo do que você entende por cor.

O texto diz: saiu o inverno, entrou a primavera, as flores aparecem no campo, o tempo de cantar chega, e a voz da rola se ouve em nossa terra.

O ciclo espiritual: do inverno à primavera da Igreja

São acontecimentos da ecologia de Israel, mas proféticos para a igreja. Podemos dizer que vivemos quase 2000 anos num ciclo de inverno e lutas, como verão e inverno na vida.

Só que este momento se caracteriza exatamente neste ciclo: o inverno passou, o inverno espiritual acabou para quem está vivendo a bênção do Espírito, recebendo o batismo com o Espírito Santo, o Nisan, o derramamento que faz o campo se tornar um tapete de flores vermelhas.

O Senhor está derramando seu Espírito porque a igreja vai partir.

Pr. Gedelti Gueiros - Igreja Cristã Maranata

O tempo profético e o kairos de Deus

A beleza do profético está nisso: você pega o que está no Velho Testamento, e o Espírito Santo revela: “Era isso que eu queria dizer, mas eles não entenderam lá. Agora, nesta última hora, quero que minha igreja entenda o que é profético, o meu tempo, não o kairos ou o logos do homem, nem o tempo cronometrado, o chronos, mas o kairos de Deus”.

Nesse kairos não há tempo, há o profético, e é isso que marca o tempo de Deus, o que importa para a igreja agora. Ela não se preocupa mais com detalhes triviais, mas com seu momento.

O tempo da Igreja e o mundo em trevas

Voltemos ao capítulo 2. No primeiro, todos sabem, o derramamento do Espírito foi o Pentecostes, a missão da igreja começou.

Agora, ela chega ao fim, ao arrebatamento, com o Espírito derramado outra vez, o Nisan. O inverno espiritual passou para quem vive isso; quem não vive, não sente, mas muitos continuam no inverno porque a noite chegou e está aí.

Por que permanecem nela? Porque não têm revelação, não têm luz, e vão ficar com o mundo.

A separação entre o mundo e a Igreja

O mundo diz uma coisa, a religião diz outra, mas a obra do Espírito tem a revelação. A hora das trevas está aí, mas em sua casa, em Israel, há revelação. Podemos andar na luz enquanto o mundo está no escuro, pois a igreja tem a revelação.

É o rumo dela. Se isso não estivesse acontecendo no mundo, ela nunca sairia daqui, mas o Senhor mostra: “As trevas estão aí, vocês querem isso?”.

Um povo já não quer mais e ora para que Jesus venha depressa, pois não há mais segurança em nada. Isso é só o começo; o meio e o fim vêm aí, e tudo se apressa.

O momento profético da Igreja e a sua separação

Mas o que interessa é que o capítulo 2 fala do momento da igreja. Enquanto o mundo vive seu tempo, a igreja vive o dela, lutando pela sobrevivência, mas sobrevivendo do Espírito.

Ela não pode se misturar com o mundo; está nele, mas é guiada pelo Espírito Santo. Agora é a separação: quem gosta do mundo fica no mundo, quem quer o Evangelho segue o Evangelho, e quem deseja o Espírito Santo para dirigir a vida está resolvido.

Quem não quer o Espírito, o Nisan, o tapete de flores vermelhas anunciando a primavera e o tempo de cantar, fica fora.

O cântico do Zamir e a preparação da noiva

Já falei disso, e quando usamos a ecologia de Israel, vemos o que surge. Por exemplo, há um pássaro — sempre repito, mas vale a pena — que fica calado o ano todo, mas na primavera começa a cantar.

Seu cântico é melodioso, atraindo a noiva só nessa época, preparando o acasalamento. É a figura de Jesus. Seu cântico agora é uma palavra revelada, o Espírito Santo operando, não apenas pregação, mas algo que o crente precisa sentir.

Ou sente isso, ou não sentirá mais nada.

A voz da rola e a preparação para o encontro com o Senhor

Minha preocupação, queridos, é mostrar aos irmãos esse momento profético e a necessidade de nos apropriarmos dessas bênçãos. O inverno passou, chegou o tempo de cantar, com o Zamir cantando e a voz da rola, que é o Espírito Santo, ouvida em toda a terra.

A rola, figura da igreja como a pomba do Espírito, arrulha, preparando-se para o encontro com o Senhor Jesus.

As figuras proféticas no Livro de Cantares | Salomão

São figuras notáveis, e há muito mais. No livro de Cantares, vemos a conversa entre Jesus, a igreja e Israel. Um dia estaremos juntos, e a igreja dirá a Israel: “Quem dera você fosse nosso irmão. Se fosse, nos encontraríamos na rua, nos beijaríamos, e ninguém falaria mal”.

Israel se afastou da igreja por causa de Jesus, mas a igreja diz: “Tu me ensinarás”. Assim, os mistérios do Velho Testamento, escondidos na eternidade, serão conhecidos pela igreja.

O banquete espiritual e a casa do vinho

“Tu me ensinarás, e eu te daria a beber do vinho aromático”, o batismo com o Espírito Santo, a experiência do banquete.

Esse banquete leva à casa do vinho, à festa onde vem a embriaguez do Espírito, e o homem, dominado por Ele, cai nos braços do Senhor no arrebatamento.

A Igreja como o lírio entre os espinhos

Mas vejam, irmãos: uma coisa é pegar um texto isolado e comentar sem compromisso, sem saber se combina com o resto.

Alguém diz: “Fala das filhas, depois dos filhos, o que é isso?”. As filhas são Jerusalém, Israel, como veremos adiante nas “filhas de Jerusalém”, um povo espiritual que perdeu o rumo.

Os filhos referem-se ao príncipe, o Senhor Jesus, aquele que nos dá alimento e sombra para a igreja nesta última hora.

O lírio entre os espinhos: pureza e fidelidade

Tudo no capítulo 2 está ligado ao tempo do arrebatamento, com amor e amado mostrando como o Senhor cuida da igreja e ela se relaciona com Ele.

Sem essa revelação, não se chega ao fim do livro.

É como no Apocalipse: alguém lê algo, acha que os gafanhotos são helicópteros por causa da cauda e da metralhadora, escreve um livro e vende, mas não há revelação nisso.

Ninguém vai pro céu de helicóptero!

A macieira e as passas: o sustento espiritual da Igreja

Agora, vamos lá, já na idade assim, me perco. A macieira se destaca nesta hora. Para a igreja, Jesus é a planta frutífera onde ela se alimenta e respira.

Passando por um lugar com macieira, você sente o perfume de longe, vê os frutos no verde. A maçã sacia, tira a ansiedade, com sua água e massa.

Mas por que maçã e passa? Porque está debaixo da macieira, quer a maçã, a sombra, o perfume — o Espírito Santo.

Conclusão

A igreja vive neste momento a plenitude do Espírito, guiada pelo cântico do Zamir, sob a sombra da macieira, alimentada pelo fruto espiritual.

Continue acompanhando nossa série sobre os Mistérios da Igreja no Livro de Cantares.


Pr. Gedelti Gueiros

Escola Bíblica Dominical (EBD)Igreja Cristã Maranata (ICM)

A Igreja e seus mistérios no livro de Cantares

O que representa o ciclo do inverno e da primavera na Igreja?
Representa a transição espiritual da Igreja, saindo de um longo inverno de lutas para uma primavera marcada pelo derramamento do Espírito Santo, preparando-a para o arrebatamento.

Qual é o significado da Rosa de Sarom neste estudo?
A Rosa de Sarom simboliza a beleza e a pureza espiritual da Igreja, que floresce de maneira abundante e profética, como as flores que surgem de repente na planície de Sarom.

O que significa o cântico do Zamir na perspectiva profética?
O cântico do Zamir representa a palavra revelada de Jesus, que, como um cântico melodioso, desperta a Igreja e a prepara para o encontro com o Senhor.

Por que a Igreja é comparada ao lírio entre os espinhos?
Porque, apesar de estar cercada pelo mundo corrompido e pelas trevas, a Igreja mantém sua pureza e fidelidade, destacando-se como o lírio que cresce sobre o charco sem se contaminar.

Qual é o papel da macieira e das passas neste contexto?
A macieira simboliza Jesus como fonte de sombra, alimento e descanso para a Igreja, enquanto as passas representam o sustento espiritual duradouro para a caminhada até o arrebatamento.

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